Grupo trocava proteína por pipoca na merenda escolar em SP.

Jornal GGN – Proteína trocada por pipoca, carne substituída por ovo ou mais arroz do que o previsto. Esses são alguns dos truques adotados por quadrilhas para desviar o dinheiro direcionado para a compra de alimentos para estudantes da rede estadual de ensino em São Paulo, segundo informações da Polícia Federal.
Informações do jornal Folha de São Paulo mostram que a operação Prato Feito, iniciada em 2018, está em sua reta final com o indiciamento de 154 pessoas suspeitas. A investigação mostra que aproximadamente R$ 1,6 bilhão foram desviados dos cofres públicos, a partir da existência de cinco núcleos de empresários que agiam de maneira interligada burlando licitações, pagando propina a políticos e até mesmo influenciando eleições.
Pelo menos 13 prefeitos são suspeitos de envolvimento com o esquema, sendo que alguns foram presos – e quatro foram cassados após a abertura dos inquéritos.
A investigação mostra cinco homens como líderes do esquema: Valdomiro Coan, Carlos Zeli Carvalho, Fábio Favaretto, Simon Bolivar Bueno e Wilson da Silva Filho. Eles usavam um grande número de empresas para cometer as irregularidades: eles eram sócios de algumas companhias, e outras estão em nome de parentes. Além de fornecer merenda, as empresas atuavam como fornecedores de material escolar, uniformes e serviços.
Os empresários são acusados de usar lobistas para a compra de políticos que, em troca, concediam contratos superfaturados.Segundo o relatório de investigação, empresas são usadas para simular concorrências e forjar orçamentos – um lobista chegou a pedir de volta o dinheiro de propina por conta do não-pagamento de uma compra efetuada por parte da prefeitura.
Após a operação Prato Feito, a PF já deflagrou outras duas ações para combater desvios de verbas federais voltadas à educação. Em 2016, 22 cidades foram investigadas na operação Alba Branca, da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual, devido a supostos pagamentos de propina em contratos superfaturados de merenda com o governo do estado. A Polícia Civil e a Promotoria também investigam esquema de desvio de merenda e superfaturamento na capital paulista.

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