Diálogo aponta sugestões para aprimorar a alimentação escolar no país.
Um espaço aberto ao debate, ao compartilhamento de experiências, à apresentação de problemas e à proposição de soluções. Foi assim a atividade integradora que discutiu o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), na noite de quarta-feira, 4, em Brasília, segundo dia da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que reúne governo e sociedade para debater sobre a promoção da alimentação saudável.
A atividade reuniu nutricionistas, conselheiros, agricultores e outros agentes ligados à execução do Pnae em diversas partes do país. No início de sua apresentação, a coordenadora-geral do programa, Manuelita Falcão Brito, já direcionava os trabalhos para o diálogo. “É muito importante ouvir todos os agentes. Nós queremos provocar vocês para garantir uma troca profícua para todos”, disse.
A coordenadora apresentou os principais avanços do Pnae nos últimos anos e elencou desafios, como apoiar ações de educação alimentar e nutricional em 100 mil escolas públicas de educação básica nos próximos quatro anos.
Ela aproveitou a ocasião para mostrar uma inovação que estará presente nos livros didáticos encaminhados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a alunos da rede pública a partir do ano que vem. “O verso dos livros, ou seja, a chamada quarta capa, sempre trouxe o Hino Nacional. O hino continua nos livros, mas passamos a utilizar a quarta capa para uma mensagem importante de educação alimentar”, explicou Manuelita, ao mostrar exemplares aos participantes.
Presente na atividade, a nutricionista Fernanda Cunha, da rede estadual do Paraná, elogiou a iniciativa. “É um primeiro passo para inserir a educação alimentar e nutricional no currículo das escolas.”
Depois da apresentação inicial sobre o Pnae, foram quase duas horas de debates, indagações e sugestões. O diálogo foi centrado em três eixos principais: controle social, compras da agricultura familiar e segurança alimentar e nutricional, tema que também abarca educação alimentar.
Sobre a aquisição de gêneros da agricultura familiar, o problema da logística de distribuição, a falta de regularidade nas entregas e a precária assistência técnica aos agricultores foram alguns dos gargalos apontados. A falta de infraestrutura de armazenamento nas escolas também foi abordada. “No caso da rede estadual de Roraima, devido às grandes distâncias e às dificuldades logísticas, as entregas são feitas em grande volume, mas as escolas não têm estrutura para armazenar produtos perecíveis”, disse Renildo Florencio dos Santos, coordenador do Pnae em Rorainópolis (RR).
Com relação ao controle social, os participantes apontaram o fortalecimento do papel do conselheiro de alimentação escolar como um dos principais desafios, além da necessidade de frear a interferência política nos conselhos de alimentação escolar (CAEs) e de garantir a representatividade de indígenas, quilombolas e agricultores nos conselhos. A falta de estrutura para os CAEs exercerem suas atividades foi outro gargalo apontado.
Sobre alimentação e nutrição, alguns participantes apresentaram suas experiências sobre educação alimentar e nutricional e revelaram a necessidade de envolver todos os atores envolvidos com a alimentação escolar nessas ações de aprendizagem.
Encontro – A 5º Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional segue até sexta-feira, 6, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Com o tema “Comida de verdade no campo e na cidade: por direitos e soberania alimentar”, o encontro reúne participantes dos 26 estados e do Distrito Federal, além de delegações estrangeiras.
A maioria dos inscritos é de representantes da sociedade civil, indígenas, quilombolas, população negra, defesa do consumidor, militantes das áreas de saúde, educação e movimentos urbanos. Mais informações na página eletrônica do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional da Presidência da República (Consea).
Fonte: Escrito por Assessoria de Comunicação Social do FNDE
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