Para Promotoria, propina na merenda escolar ainda continua na Prefeitura de São Paulo.

Os promotores de São Paulo Silvio Marques e Arthur Pinto de Lemos Júnior, que investigam a suposta máfia da merenda escolar em São Paulo, disseram na tarde desta quinta-feira (1°), que o esquema de pagamento de propina a funcionários públicos ainda continua na Prefeitura de São Paulo.

"Há indícios disso na medida em que as empresas continuam sendo utilizadas", disse Lemos Júnior. "E alguns casos recontratadas [pela prefeitura]", completou Marques.

Para eles, no momento em que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) desprezou a recomendação da Promotoria para suspender um "sistema viciado", a terceirização da merenda escolar, ele deliberadamente passou contribuir para continuação das irregularidades e, também, a ser investigado por improbidade administrativa.

"Ele manteve um sistema criminoso dentro da Prefeitura de São Paulo. Posso afirmar claramente que é um esquema extremamente nocivo, criminoso, é uma quadrilha que age em mais de 30 cidades, que visa o desvio de dinheiro público, que superfatura preços, envolvida em lavagem de dinheiro", disse Marques.

O promotor disse ainda que, segundo uma testemunha, por anos foram pagos R$ 6 milhões em propina a agentes públicos de São Paulo. Os pagamentos teriam ocorrido entre 2007 e 2008.

A investigação, segundo os promotores, não indicam Kassab como recebedor de propina.

Nesta quinta, foi realizada uma operação em cidades de Minas e São Paulo para apreensão de documentos sobre esse suposto esquema de fraude em licitações públicas para fornecimento de merenda.

Outro lado,

Por meio de nota, o prefeito Kassab disse que tem interesse na investigação, mas não comentou as críticas feitas pela Promotoria. "A Prefeitura de São Paulo colaborou em todos os momentos com as investigações do Ministério Público, e reitera seu compromisso em colaborar sempre que for requisitada. A administração municipal é a principal interessada nas averiguações, inclusive como reforço ao contínuo aprimoramento dos seus mecanismos de controle de fornecimentos".
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