Fórum de Combate à Fome na América Latina e Caribe.
A Frente Parlamentar Contra a Fome, com o apoio da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), deu início na última quinta-feira, dia 4, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, ao primeiro Fórum de Combate à Fome na América Latina e Caribe, debate organizado por frentes parlamentares que englobam mais de 10 países das Américas do Sul, Andina, Central e do Caribe.
Durante a abertura, o Ministério da Educação, representado pelo presidente do FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Daniel Balaban, se ofereceu para exportar a outros países o modelo de programa alimentar escolar adotado no Brasil, e o deputado federal Nazareno Fonteles (PT-PI), presidente da Frente Parlamentar, afirmou buscar recursos para criar uma rede de Restaurantes Populares gratuitos em todo o País. As discussões continuam até o final da tarde.
“O modelo brasileiro é pioneiro porque une a qualidade na alimentação escolar e priorização da agricultura familiar para abastecer esse serviço. De um orçamento de R$ 3 bilhões, R$ 900 milhões, pelo menos, são compras feitas da agricultura familiar, por força de lei. Falamos “pelo menos” porque esses 30% são uma fatia mínima, pode ser maior”, afirmou Balaban. “Esse é um modelo que pode e deve ser exportado para a América Latina e todos os outros países em desenvolvimento no mundo. O Brasil pode compartilhar essa experiência”, enfatizou.
Já Fonteles, um dos anfitriões do evento ao lado do deputado estadual Simão Pedro (PT-SP), diz que busca condições para que o governo federal faça com que a rede de Restaurantes Populares no País passe a servir refeições gratuitamente. “É um sonho que só pode ser realizado quando acabarmos com aquele pensamento de que programas como o Bolsa Família e outros de distribuição de renda são ‘esmola’. A liberdade só poderá vir quando não houver mais aqueles que exploram a fome”, afirmou.
Estatísticas da FAO apontam que 1 em cada 6 habitantes do planeta não come ou não bebe água todos os dias. “É preocupante, pois a meta de reduzir pela metade a fome no mundo até 2015, um dos objetivos do milênio observados pela ONU, corre o risco de não poder ser cumprido se continuarmos com os baixos investimentos que temos feito no combate à fome”, observa Elsa Rojas, representante da Confederação de Parlamentos das Américas.
Data: 04/03/2010 Fonte.: São Paulo (O Repórter)
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